Ansiedade, inimiga ou aliada? Em um primeiro momento imagino que a sua resposta foi inimiga, certo? Pois bem, é natural que tenhamos a percepção de que a ansiedade é inimiga pois trata-se de um sentimento avaliado como negativo, afinal de contas, ela causa tanto desconforto!
Palpitações, nó na garganta, dor de estômago, enjoo, sudorese, até mesmo sensação de enfarte, ou de morte quando se trata de um ataque de pânico- que é a ansiedade em grau máximo.
Mas nem sempre é assim; às vezes a ansiedade pode ser positiva e até mesmo salvar vidas! A ansiedade é um sintoma relacionado com a expectativa, com o medo, com a angústia também. Ela pode estar relacionada com alguma coisa muito concreta como o medo de falar em público, por exemplo, ou pode estar relacionada com a expectativa de algum acontecimento que está por vir, ou até mesmo ela pode se manifestar difusa, ao ponto que nem conseguimos nomear a sua causa.
De qualquer forma, a ansiedade nos chama à ação, ao enfrentamento, ou à elaboração mais profunda de alguma questão existencial. Quando a jovem adulta vem à clinica se queixando de ansiedade, em uma primeira consulta a psicóloga percebe que existem várias questões relativas ao processo de individuação que merecem ser elaboradas. Será que vou conseguir me estabelecer como profissional e me sustentar? Escolhi a profissão que melhor se adapta ao meu propósito de vida, aos meus talentos naturais? Encontrarei o amor da minha vida? Essas são apenas algumas questões que podem estar presentes e que causam ansiedade.
Quando questões como essas são trazidas à luz com naturalidade a ansiedade pode ser considerada uma aliada, pois como os demais sentimentos ela nos serve de informação. Algo se passa em nossa vida naquele momento que está gerando esse mal estar. A psicologia e a medicina integrativas veem o indivíduo inserido em um sistema que o influencia, e que é influenciado por ele. O foco está na origem do sintoma para o seu subsequente tratamento, ao invés de tratar o sintoma isoladamente como faz a psiquiatria tradicional.
Visualize um corpo de fumaça, denso e negro a sua frente. Sem saber a origem dessa fumaça você enche o pulmão e assopra. A fumaça pode se dissipar por alguns instantes, mas ela volta porque você não endereçou sua origem- aquilo que originou o incêndio. Assim agem os
ansiolíticos, eles aliviam a ansiedade (a fumaça), mas de forma alguma apagam o incêndio. Podem ajudar pontualmente, mas o que vai controlar a ansiedade é a sua capacidade de manejá-la. Isso se aprende em terapia, e se solidifica com a prática cotidiana.
Christianne Otero
Psicóloga Integrativa; Mestre em Psicanálise; Mestre em Terapia de Casal e Familia; Instrutora de
Ayurveda e Meditação pelo Chopra Institute; Chopra Life Coach